Nada



Quarenta e três vezes pisquei os olhos e imaginei o que seria de nós um sem um outro. (Nada) Eram 23:37h e eu estava na cama, como de costume por essa hora. O teste de Matemática que eu teria de fazer no dia seguinte não era o que me incomodava, era mesmo o que seria eu sem ti. (Nada) Ali, às escuras, envolta em exageros de cobertores e de lençois peludos, faço um esforço para tentar imaginar o que seria adormecer nos teus braços. Não consegui, nem me preocupei com isso, sabia como sei todas as noites que quando fechar os olhos e adormecer és o primeiro a fazer-me companhia nos meus sonhos. Estranhos por sinal.


Mesmo quando me chateias consigo por maioritariamente das vezes de lado o facto de seres mais novo que eu. Quando não consigo sinto injustiça, tens direito a coisas a que eu deixei de ter acesso à muito tempo. Mas para quê insistir nos teus defeitos se sei que se não os tivesses eu não gostava de ti desta maneira? Desta maneira louca. Louca.


(Nunca tinha sentido de maneira tão forte o traquitar dos nossos corações em conjunto como hoje. Em conjunto mas não em sintonia, em perfeito contra-tempo. Complementas o mero milésimo de segundo em que o meu coração está em silêncio. Adoro-te.)

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